Em 1 de março de 1973 chegava às lojas de discos um novato de cor preta e com a figura de um prisma sendo atravessado por um arco-íris. Capa sem graça, diriam alguns. Hoje, 45 anos depois, a simples imagem de The Dark Side of the Moon é uma das marcas mais fortes do art rock e, definitivamente, estabeleceu o culto ao Pink Floyd ao redor do planeta.

Embora seja um clássico absoluto, há muitos que ainda hoje consideram The Dark Side of the Moon moderno. Não raro, durante um bate papo com amigos, ouço coisas do tipo: "cara, botei o Dark Side pra tocar outro dia em casa e ouvi uns barulhos em Us and Them muito loucos". Ou ainda "como esses coroas criaram os sons perfeitos daquele disco?". Há também os que dizem ouvir esse disco exclusivamente com fones de ouvido e luzes apagadas.

A pedra fundamental para a criação da obra-prima foi uma reunião entre Roger Waters, David Gilmour, Richard Wright e Nick Mason (Syd Barret, criador do Floyd, que explorava temas mais longos e psicodélicos nas canções, já havia deixado o grupo pelo agravamento de sua saúde mental). Nessa reunião decidiram trabalhar na criação de material para um disco mais direto e intimista aos ouvidos do público. O quarteto estava tão focado em tirar o melhor do novo trabalho que até iniciou turnê pelos EUA, Canadá e Europa, tocando todas as músicas do álbum bem antes do seu lançamento. Isso permitiu o amadurecimento e a melhoria das músicas a cada noite, além do seu aperfeiçoamento em estúdio.

The Dark Side of the Moon foi um daqueles casos, raros, de sucesso imediato de crítica e público. Um disco que sempre surpreende em uma audição minuciosa, e, melhor do que falar sobre ele, com certeza é ouvi-lo. Uma boa razão para fazer isso hoje é a de que, afinal, não é qualquer um que envelhece bem e consegue completar 47 anos ainda no topo das criações musicais do século XX. Por essas e outras, ele continua merecendo seus ouvidos.

Pesquisa, Redação e Edição: Carlos Martins

Por Jorge Felipe Coelho

Fonte: Rádio Catedral do Rock

Foto: Reprodução