O vocalista Dinho Ouro Preto falou sobre o futuro do Capital Inicial em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo. Durante o bate-papo, o cantor comentou que a banda terá uma agenda mais reduzida nos próximos tempos, abrindo espaço para que ele trabalhe mais em carreira solo.

O assunto veio à tona após Dinho repercutir os 20 anos de lançamento do "Acústico MTV", divulgado em 21 de março de 2000. O trabalho foi responsável por resgatar e até aumentar a popularidade da banda.

"Mudou a dimensão do Capital. Mudamos de prateleira. Passamos a ser uma das maiores bandas do Brasil. Em 2000, 2001, a gente chegou a 240 shows no ano. O Capital veio sem parar", afirmou o cantor.

Dinho, então, comentou que o Capital Inicial vai reduzir seu ritmo de atividades. "Está todo mundo exaurido. A partir de agora devemos fazer projetos pontuais. O que vai acontecer é que o Capital vai tocar muito menos. Esse projeto de 20 anos agora, por exemplo: vamos fazer alguns shows. Aí eu sigo com a minha vida, com os meus discos, e, sei lá, o Capital vai fazer 40 anos, aí fazemos uma turnê pra isso. Vejo o futuro assim: com projetos com começo, meio e fim, em vez de ir emendando", disse.

O cantor, inclusive, comentou a declaração recente de Samuel Rosa também à "Folha de S. Paulo". O líder do Skank havia dito que artistas como Rogério Flausino (Jota Quest) e o próprio Dinho Ouro Preto deveriam alçar "voos solo", assim como Rosa pretende fazer.

"Nesse ponto talvez eu discorde do Samuel. Acho que é possível manter a banda e evitar o marasmo. Mas é preciso muito esforço, estar atento aos sinais, à cena. Sair da sua zona de conforto, sabe?", afirmou ele, que ainda falou sobre a atual cena do rock no Brasil e elogiou bandas como Scalene, Supercombo, Zimbra e Ego Kill Talent.

Recentemente, Dinho Ouro Preto lançou o álbum de covers "Roque em Rôu", com versões para canções de CPM 22, Legião Urbana, Lulu Santos, O Rappa, Raimundos, Raul Seixas, entre outros. O material foi disponibilizado em vários EPs antes de chegar em formato de disco nas plataformas digitais.

Pesquisa, Redação e Edição: Carlos Martins

Por Igor Miranda

Fonte: Folha de S. Paulo

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