"No ar que eu respiro, eu sinto prazer", cantou ela um dia. Agora que está tudo contaminado, Rita Lee conta que anda "com uma tristeza que dói na alma".

Longe de um final feliz, hoje ela se "congela ao assistir a esse filme de horror que está acontecendo no mundo", principalmente no Brasil. São tempos cruéis, mesmo para uma mulher que está acostumada a uma espécie de quarentena rural há oito anos.

O escape para essa escritora cada vez mais engajada tem sido por vias literárias. Escrever "é um ato solitário que me deixa leve", Rita conta em entrevista. "Gosto de me sentar diante do meu velho iPad e soltar o santo".

Duas obras infantis saem agora pela Globo Livros, totalizando já cinco contos da Vovó Ritinha para esse público, em reedições atualizadas de obras que a cantora lançou entre os anos 1980 e 1990. As novas publicações se somam desde o ano passado à autobiografia bestseller e os despojados "Dropz" e "FavoRita".

Para as crianças, ela adota sempre uma proposta gritante de conscientização ambiental. "A raça humana tem se comportado com nossa Nave Mãe Terra como esse vírus maldito, pondo em risco todas as formas de vida, inclusive a si própria", diz ela, ecoando alertas do líder indígena Ailton Krenak. "E isso é uma sacanagem com as crianças, que vão herdar um planeta fisicamente, psicologicamente e espiritualmente doente."

Pesquisa, Redação e Edição: Carlos Martins

Por Folhapress

Fonte: Diário do Nordeste

Foto: Reprodução/Instagram