William, Eder, Rejiane e Paula Amanda estão entre os 1,3 milhão de fortalezenses (54% da população local) considerados leitores pela 5ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil. Isso significa que todos leram pelo menos um livro, inteiro ou em partes, nos últimos três meses. Eles têm ainda em comum o fato de morarem na periferia da Capital e estarem na faixa etária de 18 a 39 anos, correspondendo ao perfil que mais tem esse hábito. Os indicadores são do estudo lançado neste mês de setembro pelo Instituto Pró-Livro, em parceria com o Itaú Cultural.

A pesquisa foi realizada com 350 fortalezenses, no período de outubro de 2019 a janeiro de 2020, a partir de entrevistas domiciliares face a face e registro das respostas em tablets. Em todo Brasil, foram 8.076 entrevistas distribuídas em 208 municípios.

Em Fortaleza, apenas 3% dos leitores são da Classe A, enquanto as Classes B, C, D e E apresentam, respectivamente, 22%, 52% e 24% (juntas) desse público. A compra de livros acontece, em maior parte, nas livrarias (33%), seguido de bancas de jornal e revista (11%) e igrejas (9%). O problema é que essas obras podem ficar até 20% mais caras com o fim da alíquota zero nos impostos sobre elas, como apontam entidades do setor livreiro.

Esse debate sobre a tributação ganhou força quando o Governo Federal enviou ao Congresso o Projeto de Lei que propõe a criação da Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços (CBS), em substituição aos atuais PIS e Cofins. Os livros, atualmente, são imunes de impostos, segundo o artigo 150 da Constituição Federal e pela Lei 10.865/2004. Mas isso pode mudar.

Pesquisa, Redação e Edição: Carlos Martins

Por Roberta Souza

Fonte: Diário do Nordeste

Foto: Fabiane de Paula