A discrepância de renda entre a população rica e a mais pobre da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) aumentou durante o período de isolamento social em decorrência da pandemia de Covid-19. A RMF é a quinta Região Metropolitana do País com maior índice de desigualdade no segundo trimestre deste ano. As informações são referentes ao Boletim "Desigualdade nas Metrópoles", um estudo realizado por pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), do Observatório das Metrópoles e do Observatório da Dívida Social na América Latina (RedODSAL).
O estudo considera três camadas sociais: os 40% mais pobres, 50% intermediários - aqueles que se aproximam da média de renda da região - e os 10% superiores, que corresponde à população mais rica.
Na RMF, a população mais pobre tinha uma renda média per capita de R$ 96,60 mensal, enquanto os 10% mais ricos tinham um valor de R$ 4,8 mil. Já para a classe intermediária, o valor foi de R$ 817,26. Vale ressaltar que o estudo considera apenas a renda individual domiciliar per capita do trabalho e não inclui fontes de renda como Bolsa Família e outros auxílios.
Qualificação
O professor do Observatório das Metrópoles pontua que o menor nível de renda do trabalho foi visto principalmente entre os informais, profissionais que, "normalmente, têm uma menor qualificação". "Em uma metrópole como Fortaleza, que tem um nível de informalidade alta, quando as pessoas estão nessa condição de informalidade e têm que ficar em isolamento social, como a pandemia exigiu, ela não tem alternativa de renda do trabalho. Ela tem essa renda isenta. Isso agravou a situação das pessoas que atuam na informalidade".
Pesquisa, Redação e Edição: Carlos Martins
Por Redação
Fonte: Diário do Nordeste
Foto: Helene Santos