Um vírus que atravessa gerações de brasileiros desde os anos 1980, envolto em tabus e preconceitos, segue em ascensão no Ceará, inclusive entre mulheres grávidas: entre 2010 e 2019, casos de gestantes infectadas anualmente pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) aumentaram 62,5%, passando de 171 para 278. Em todo o período, foram 2.305 cearenses diagnosticadas com HIV durante a gravidez, dígitos que, para especialistas, resultam da ampliação histórica das testagens.
No Ceará, somente de janeiro a junho deste ano, 174 mulheres soropositivas já identificaram a presença do HIV durante a gestação: é uma média de quase 30 diagnósticos por mês. Os dados são do mais recente boletim epidemiológico do Ministério da Saúde (MS) sobre o assunto, divulgado na última terça-feira (1º), em alusão ao Dezembro Vermelho, mês voltado à conscientização para o tratamento precoce da síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids).
Pandemia
Serviços especializados como o HSJ, por exemplo, "sofreram" durante a pandemia de Covid-19, diante da necessidade de remanejar profissionais de saúde à linha de frente. "Aconteceu em todos os lugares, as consultas eletivas foram desmarcadas. E era desaconselhado que pessoas soropositivas viessem ao hospital. Mas não deixaram de receber medicação", pontua Dra. Melissa.
A PrEP, aliás, é um recurso que torna possível que mulheres soronegativas com parceiros soropositivos possam engravidar deles sem risco de infectar a si nem ao futuro bebê, como destaca Melissa Medeiros.
Pesquisa, Redação e Edição: Carlos Martins
Por Theyse Viana
Fonte: Diário do Nordeste
Foto: Nacho Doce/Reuters