Fortaleza não dispõe de informações sobre o monitoramento da qualidade da água dos recursos hídricos urbanos há nove meses, embora uma resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) recomende, desde 2005, novas coletas a cada dois meses.

No Sistema de Informações Ambientais de Fortaleza (Siafor), o último relatório disponível publicamente data de abril de 2020, mas com amostras colhidas ainda em março, mês em que começou a pandemia da Covid-19 no Ceará. À época, conforme o levantamento, nenhum dos 37 reservatórios verificados tinha amostras dentro dos padrões legais vigentes.

Relatórios anteriores publicados no mesmo Sistema foram elaborados em agosto de 2019, janeiro de 2018 e novembro de 2017, embora houvesse um planejamento da Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma) para que as análises laboratoriais se tornassem mais frequentes, de acordo com o Manual de Estratégia, Gestão e Governança do órgão.

Cenário

"As pessoas se acostumaram. Botam porque sabem que alguém vem tirar. Às vezes, o trator vem e enche várias caçambas. Era pra proibir, fazer uma pracinha, colocar calçamento, mas fazer o quê? Se isso aqui fosse mais bonitinho, era show, mas as pessoas não colaboram", reflete o motorista entrevistado.

Poluentes

"A própria população polui, mas a Prefeitura também deveria dar uma limpeza mais vezes", opina o autônomo Edmilson Santos, que passa pelo reservatório quase todos os dias. Além dos coliformes termotolerantes, a maioria dos recursos hídricos da Capital apresenta índices acima do esperado para elementos químicos como ferro, cromo, fósforo e cobre.

Em paralelo, são indicadas campanhas de educação ambiental com a população e empresas do entorno, para evitar novos lançamentos a partir da formação de multiplicadores. "A população pode sim contribuir, mas há outras fontes poluidoras que são muito maiores e definidoras da degradação", reforça.

Pesquisa, Redação e Edição: Carlos Martins

Da Redação

Fonte: Diário do Nordeste

Foto: José Leomar