O Ceará é o terceiro estado do Nordeste com o menor número de pessoas localizadas em situação de trabalho escravo contemporâneo desde que a condição foi reconhecida no Brasil, em 1995. Ao todo, 608 trabalhadores rurais e urbanos foram libertados até hoje. Ainda assim, a quantidade está muito aquém da realidade observada em Pernambuco, onde não houve registros nessas duas últimas décadas e meia. 

O Rio Grande do Norte figura com a segunda soma mais baixa de casos na região, totalizando 79.

Em todo o País, foram encontradas 55.712 vítimas em circunstâncias de trabalho análogas às de escravo neste recorte temporal. Os dados são do Painel de Informações e Estatísticas da Inspeção do Trabalho no Brasil, compilados pela Secretaria de Inspeção do Trabalho do Ministério da Economia.

Perfil das vítimas 

Ano passado, foram resgatados de condição análoga à de escravo 41 migrantes em todo o País, sendo 15 paraguaios, 10 peruanos, 8 venezuelanos, 5 bolivianos, 2 chineses e uma filipina. A Lei de Migração prevê a autorização de residência de vítima de tráfico de pessoas, de trabalho escravo ou de violação de direito agravada por sua condição migratória. Nesses casos, o requerimento é encaminhado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública pela Inspeção do Trabalho, garantindo a permanência do migrante no País, caso seja sua vontade.

O trabalho escravo urbano teve 211 vítimas em atividades econômicas, dentre elas: comércio varejista de produtos não especificados (78), montagem industrial (63), construção civil (38). No meio urbano foram resgatadas pessoas de trabalho escravo doméstico.

Pesquisa, Redação e Edição: Carlos Martins

Por Bruna Damasceno

Fonte: Diário do Nordeste

Foto: Agência Brasil