No contexto da pandemia, em que o isolamento social impõe limitações físicas, as salas de aula viraram videochamadas diárias. No entanto, a obrigatoridade do uso da câmera por alunos ainda gera divergências. Para o Conselho Estadual de Educação, a decisão cabe às escolas; enquanto a Ordem dos Advogados do Brasil do Ceará (OAB-CE) afirma que exigência fere "privacidade do aluno".
Discussão ganhou força com o retorno das aulas remotas, quando o contato entre estudantes e professores é feito por telas de computador e celular. Desafio está entre melhorar o desempenho de alunos nas aulas, incentivando maior participação com câmera ligada, e, ao mesmo tempo, evitar exposição.
No sentido jurídico, a presidente da Comissão de Educação e Cidadania da OAB-CE, Sônia Cavalcante, diz que a escola não tem o poder de obrigar o aluno a fazer o uso da câmera. “Essa imposição, por vezes, interfere na privacidade do aluno. Mas, tudo é uma questão de bom senso e diálogo. Se a escola conscientizar o aluno de que se faz necessário o uso para uma melhor interação entre a comunidade escolar, o estudante pode aceitar ou não. Em caso de negação, a escola não pode punir o aluno por essa decisão, até porque outra maneira de se mostrar ativo é fazendo o uso do chat”, considera.
A estudante divide a casa com o irmão, de 5 anos, e a mãe, Marilene Ferreira, 36. Segundo a agricultora, dessa forma, a filha conseguiria privacidade para assistir às aulas com a webcam ligada. “Eu acho que deveria ser obrigatório porque os alunos iam prestar mais atenção nas aulas e não iam entrar nas redes sociais. Não atrapalharia em nada se ligasse a câmera”, informa.
Pesquisa, Redação e Edição: Carlos Martins
Da Redação
Fonte: Diário do Nordeste
Foto: Gustavo Pellizzon