A inadimplência no pagamento de serviços básicos, como água e luz, bateu recorde em dezembro. Segundo a Serasa, o percentual foi de 23,6%, maior valor de toda a série histórica iniciada em janeiro de 2018. O número representa um aumento de 0,8 ponto percentual em um mês.

Os calotes nessas contas cresceram mês a mês desde o início da pandemia, em março, quando começaram as medidas de restrição para conter a transmissão do vírus. De lá para cá, o índice cresceu 2,1 pontos percentuais.

Especialistas atribuem a alta à suspensão dos cortes desses serviços por falta de pagamento, medida adotada durante a pandemia de Covid-19 para evitar uma deterioração da situação das famílias, cujas finanças foram impactadas pela disseminação do vírus e pelas restrições à circulação promovidas para contê-lo.

Normalmente, o prazo para o corte do serviço por falta de pagamento é de 90 dias (3 meses).

Outro fator que contribuiu com o aumento da inadimplência é a alta dos preços dos alimentos e combustíveis nos últimos meses.

Em dezembro, segundo dados da Serasa, 61,4 milhões de pessoas estavam com o nome sujo, 3,4 milhões a menos que em março, quando o coronavírus chegou ao país. Apesar da queda, isso significa que quase 30% de toda a população brasileira tem dívida em atraso.


Pesquisa, Redação e Edição: Carlos Martins

Por Larissa Garcia

Fonte: Folhapress

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