Enquanto a preocupação com medidas sustentáveis cresce cada vez mais entre investidores, empresas criadoras de soluções nesse sentido ganham relevância no mercado.

Um exemplo é a  brasileira Ambipar, que teve uma alta de 43% no faturamento do ano passado em comparação com o ano anterior. A multinacional é especializada em gestão de resíduos e responsabilidade socioambiental --ou seja, em dar valor ao lixo. 

Em agosto de 2020, a Ambipar captou US$ 197 milhões (R$ 1,12 bilhão, na conversão atual) em abertura de capital na B3. De acordo com a CEO, Cristina Andriotti, isso possibilitou aquisições na América do Norte e na América Latina, além de ajudar no desenvolvimento de softwares de inteligência artificial especializados em reutilização e ESG (ambiental, social e governança) e na contratação de empresas especialistas em legislação.

Brasil ainda precisa evoluir 

Apesar dos planos de aumentar de tamanho, a expansão dos negócios para a Europa deve demorar para acontecer. Isso porque o sistema de descarte entre os dois continentes é bem diferente, segundo Andriotti. 

No continente americano, os países estão mais acostumados a utilizar aterros, por exemplo. Já em países europeus, com menos áreas disponíveis, a incineração costuma ser utilizada para descarte.

“Infelizmente, no Brasil, o aterro ainda será necessário por muito tempo, pois não temos tecnologia para recuperar todos os resíduos”, afirma. No país, há 3.000 lixões ou aterros irregulares, de acordo com a Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais).

A CEO explica que este aproveitamento energético a partir da incineração ainda não é comum no Brasil porque temos outras fontes de energia disponíveis, como hidroelétrica e eólica. Porém, pode ser uma boa saída para materiais cujas formas de reutilização ainda não estão claras.


Pesquisa, Redação e Edição: Carlos Martins

Por Mariangela Castro

Fonte: CNN Brasil Business

Foto: Reprodução