Em março do ano passado, quando as medidas de isolamento social começaram a ser adotadas no Brasil por causa da pandemia de Covid-19, a Nutricar estava em plena expansão. Os carrinhos de alimentação que circulavam em prédios comerciais desde 2015 e foram a base inicial do negócio haviam evoluído para o modelo de mini lojas de conveniência. A marca tinha unidades em prédios do Itaú, da XP, da Danone e da Nestlé. A expectativa era dobrar o faturamento de 2019, de R$ 40 milhões. Só que, quando os escritórios foram fechados e os funcionários foram colocados para trabalhar em casa, a fonte de receita da empresa secou.
“Todos os nossos clientes migraram para o home office. Nosso faturamento foi a zero. Precisamos demitir e nos reestruturar”, conta o sócio-diretor Bernardo Fernandes Pereira. A vantagem é que, dentro da gaveta, a Nutricar tinha um projeto que havia sido apresentado por uma incorporadora e estava esperando o momento certo para ser colocado em prática: a abertura de mini mercados em prédios residenciais.
“É preciso manter a cabeça aberta para inovações e tendências. Esse foi nosso maior aprendizado. Tiramos o projeto da gaveta e nos readaptamos. Mudamos o mix de produtos, que antes era formado principalmente por sucos e snacks, e transformamos nosso modelo em mini mercados, mini empórios, mini lojas de conveniência”, conta Pereira.
Todas as lojas da Nutricar funcionam no modelo de self-checkout: o cliente entra, pega o produto de que precisa, paga por ele sozinho e sai. O espaço é monitorado remotamente por 24 horas. Repositores, fiscais de loja e administradores frequentem os locais apenas eventualmente.
Os condomínios no radar da empresa hoje são aqueles que têm a partir de 150 apartamentos e cujos moradores pertencem às classes A e B, além daqueles com mais unidades e voltados à classe C. O investimento por ponto tem custo médio de R$ 50 mil por loja e 5% do faturamento é revertido para o condomínio.
Pesquisa, Redação e Edição: Carlos Martins
Por Aiana Freitas
Fonte: Mercado & Consumo
Foto: Reprodução