Débito, crédito ou Pix? Grande parte dos brasileiros está ansiosa para responder a essa pergunta com a última opção, mostra pesquisa feita divulgada recentemente pelo C6 Bank e pelo Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec). Essa possibilidade já existe em algumas lojas e aos poucos vai se estendendo para o varejo online o offline do País.

Em maio, todas as 1.707 lojas físicas da Americanas espalhadas pelo Brasil passaram a aceitar o Pix como meio de pagamento. No começo do ano, a C&A anunciou uma parceria para integração do Pix com o comércio varejista do Mercado Pago, fintech do grupo Mercado Livre. Nos dois casos, o pagamento pode ser feito nas lojas físicas por meio de QR Code. Redes de supermercado como Carrefour e as das marcas do Grupo Pão de Açúcar também aderiram.

“As condições para os lojistas receberem com Pix estão amadurecendo cada vez mais, tanto é que estamos vendo um movimento crescente de estabelecimentos disponibilizando essa novidade aos clientes. Há também o desafio, para uma penetração mais massiva do Pix no varejo, da mudança de hábitos e da conscientização dos varejistas sobre os benefícios do Pix”, diz o Banco Central, desenvolvedor do sistema, em nota.

Experiência aprimorada

Para ele, Fabiano Amaro, consultor de Negócios da Matera, empresa que desenvolve tecnologia para mercado financeiro, fintechs e gestão de risco, o BC elaborou uma agenda “agressiva” com relação ao Pix. “O foco inicial, além de colocar o sistema no ar, foi na pessoa física. Nenhum país conseguiu, em menos de um ano, fazer algo do tipo”, afirma. Segundo o próprio Banco Central, o uso do Pix já supera a de outros meios de pagamentos mais antigos, como DOC, TED e boleto bancário.

Mas a experiência ainda precisa ser aprimorada. “Apesar de o BC ter se preocupado em padronizar a experiência em diferentes aplicativos, ela não é fluida como a do uso de um cartão contactless, por exemplo. Ainda existe uma fricção, que é abrir a tela do celular para gerar o QR Code”, analisa.

O especialista acredita que, a partir deste momento, o Pix será mais usado nas compras. “A principal vantagem do Pix para o varejo é o baixo custo na comparação com métodos tradicionais de recebíveis”, avalia . Atualmente, a taxa paga por cada transação feita no cartão de débito é de 1,99% do valor da compra; no caso do crédito, passa de 3,5%.

A instantaneidade é outro diferencial alardeado pelo Banco Central e citado por Amaro. “No caso do débito, o pagamento é feito apenas no outro dia; no do crédito, em 30 dias.” Já o boleto, além de não ser instantâneo, tem custos de consolidação e operacional superiores à taxa do Pix.


Pesquisa, Redação e Edição: Carlos Martins

Por Aiana Freitas

Fonte: Mercado & Consumo

Foto: Reprodução