Em apoio aos trabalhadores, onze organizações assinam manifesto exigindo que medidas sejam tomadas pelos governos de São Paulo para garantir dignidade no período de crise sanitária.
São Paulo – Trabalhadoras e trabalhadores ambulantes estão na parcela da população que foi mais afetada pela crise econômica agravada pela pandemiade covid-19. Além do baixo faturamento, com menos pessoas circulando nas ruas durante as fases mais restritivas das medidas de isolamento social, milhares desses trabalhadores informais deixaram de exercer suas atividades.
A vacinação caminha a passos lentos no país e, com o auxílio emergencial que voltará com menos da metade do valor de R$ 600, os ambulantes se veem no impasse entre se arriscar trabalhando, podendo ser contaminado pela covid-19, ou passar por severas necessidades.
Manifesto cobra medidas
Segundo Tereza, se não fossem as doações que vem recebendo, sua situação estaria muito pior. “Contei com a solidariedade de muita gente, que me ajudou com arroz, feijão, óleo. Fome eu não cheguei a passar. O que eu não tinha era uma mistura, as vezes de manhã não tinha pão nem leite, mas fome, graças a Deus não”, descreve.
Ambulante é trabalhador
Também integrante do Fórum dos Ambulantes de São Paulo, outra entidade que assina o manifesto, Valdina comenta que os próximos passos para garantir direitos básicos aos ambulantes e camelôs é marcar uma audiência pública com os vereados Juliana Cardoso e Eduardo Suplicy (PT) para cobrar as medidas e estabelecer um diálogo com o poder público. Em paralelo, eles trabalham para recolher o maior número de assinaturas.
Apenas na cidade de São Paulo, segundo o IBGE, em 2018, havia 103 mil trabalhadores na via pública, sendo 81 mil ambulantes. As organizações que representam esses trabalhadores estimam que esse número aumentou com a crise econômica, que empurrou milhões de brasileiros ao desemprego.
Entre as entidades que assinam o manifesto, estão o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), a Central de Movimentos Populares (CMP) e o Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos.
Pesquisa, Redação e Edição: Carlos Martins
Por Larissa Bohrer
Fonte: Rede Brasil Atual
Foto: Reprodução