Usuários de redes sociais estão compartilhando, em todo o mundo, vídeos em que pessoas que foram imunizadas contra a covid-19 fixam moedas e outros pequenos objetos metálicos no braço. Segundo afirmam os usuários, o fato de conseguirem firmar objetos sobre o local onde é aplicada a vacina comprovaria a existência de um campo magnético contido no imunizante.

As teorias são muitas: desde microchips de identificação e nanorobôs de monitoramento a uma fantasiosa conexão com a rede 5G que permitirá o rastreio em tempo real de cidadãos. O bilionário e filantropista criador da Microsoft, Bill Gates, estaria por trás da suposta nova tecnologia, acreditam alguns internautas.

Desinformação

Segundo o imunologista Renato Kfouri, da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), o que acontece na verdade é uma onda de desinformação que se propaga rapidamente nas redes sociais.

O médico informa que não há qualquer componente magnético na composição das vacinas, e que não é fisicamente possível criar um campo magnético no corpo ao ser imunizado. “Todas as vacinas disponíveis no mundo, e as quatro disponíveis aqui no Brasil, têm em comum a alta segurança. São vacinas extremamente seguras, não relacionadas a efeitos colaterais graves. Todas têm uma excelente eficácia na prevenção das formas graves da covid-19”, afirma Kfouri.

Mas por que as vacinas geram sintomas?

Na verdade, os sintomas são causados pela resposta imunológica do corpo. Ao reconhecer o antígeno presente na vacina, o corpo automaticamente aciona as defesas naturais para lutar contra o inimigo presumido.

Isso quer dizer que as moléculas presentes na vacina acionam um alarme de perigo. O corpo não consegue diferenciar um vírus ativo das partículas imunizantes contidas na vacina, seja ela baseada na tecnologia de vírus inativado, proteína encapsulada ou de RNA mensageiro - as três principais tecnologias de fabricação de vacinas contra covid-19.

Alimentos contra covid-19?

Segundo informa o Ministério da Saúde, a gravidade da pandemia é proporcional à quantidade de fake news e desinformação. Outro boato recente combatido pelo ministério é o que trata sobre alimentos que teriam efeitos positivos sobre a doença, o que não é fundamentado por nenhuma pesquisa ou estudo até o momento.

“A população deve tomar ainda mais cuidado com as informações que recebe e compartilha no celular e nas redes sociais, principalmente aquelas que garantem uma solução milagrosa, sem evidência científica. Por isso, vale reforçar que qualquer tratamento deve ser indicado por profissional médico”, alerta a pasta.

O Ministério da Saúde também adverte para o fato da vacina contra gripe não ter absolutamente nenhum efeito imunizante sobre a covid-19 - desinformação também propagada em redes sociais. 


Pesquisa, Redação e Edição: Carlos Martins

Edição: Pedro Ivo de Oliveira

Fonte: Agência Brasil

Foto: Reprodução