Óbito ocorreu na periferia de Havana, mas governo não esclareceu as circunstâncias.
O governo de Cuba registrou ontem a primeira morte relacionada aos protestos devido à escassez de alimentos e vacinas contra a COVID-19 que atingem o país desde o fim de semana. Segundo o Ministério do Interior, uma pessoa morreu na segunda-feira, na periferia de Havana. A Agência Cubana de Notícias informou que a vítima foi identificada como Diubis Laurencio Tejeda, de 36 anos. O governo lamentou a morte, mas não esclareceu as circunstâncias em que ela ocorreu.
Na segunda-feira, dezenas de mulheres reunidas em frente às esquadras da polícia tentavam obter informações sobre o paradeiro de maridos, filhos e parentes presos ou desaparecidos durante as manifestações.
Até ontem, as autoridades não haviam divulgado um número oficial de detenções, mas existe lista provisória elaborada por ativistas locais que conta com 65 nomes só em Havana.
A congressista María Elvira Salazar, representante de um distrito do Sul da Flórida onde reside uma grande comunidade de cubanos-americanos, disse em um tuíte que “o governo está fechando a internet na ilha” e “não quer que o mundo veja o que está acontecendo”. Medidas semelhantes foram tomadas por outros governos em resposta a movimentos de protesto ou para controlar o fluxo de informação relacionada à pandemia.
O presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado dos Estados Unidos, o democrata Bob Menéndez, descartou ontem uma intervenção militar americana em Cuba, abalada por históricos protestos contra o governo. “Não teremos uma intervenção militar em Cuba”, disse a repórteres o veterano senador de origem cubana, atualmente o latino de cargo mais alto no Congresso dos EUA.
Havana acusa Washington de estar por trás dos protestos sem precedentes registrados em todo o país, o que foi rejeitado pelo governo de Joe Biden e chamado de “grave erro”. De acordo com lista publicada ao meio-dia de ontem no Twitter pelo Movimento San Isidro, de oposição ao governo cubano, 130 pessoas continuavam presas ou desaparecidas após os protestos de domingo, incluindo José Daniel Ferrer e Manuel Cuesta Morua, dois dos principais opositores do país. Os números oficiais sobre as prisões não foram divulgados.
Pesquisa, Redação e Edição: Carlos Martins
Da Redação
Fonte: Estado de Minas
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