Dificilmente algum varejista está, a esta altura do mês, indiferente à Black Friday, a megaliquidação importada dos Estados Unidos que neste ano será realizada na próxima sexta, dia 26. Mas, caso você tenha dúvidas sobre a necessidade de fazer alguma promoção ou se ainda é possível pegar carona na data, o diretor comercial da Linx, Caio Camargo, responde: sim, é necessário; e, sim, dá tempo.

“Não fiz nada até agora, mas haverá um movimento forte aqui na minha cidade, aqui no shopping onde tenho loja; consigo pegar carona na Black Friday? Consegue. As pessoas vão estar lá. Quem estiver próximo de você está disposto a escutar ou verificar aquilo que você tem como oferta”, sugere o especialista, que também é colunista da Mercado&Consumo.

Isso não significa, no entanto, “criar” ofertas que não representam vantagem real para o cliente só para ter o que divulgar. “O consumidor está cada vez mais atento, principalmente se é um produto que ele está buscando. Ele provavelmente já tem acompanhando aquele preço, então ele sabe se o desconto é verdadeiro ou falso”, alerta.

Opções além de ofertas

Depois de ter empregado muitos recursos para sobreviver na crise causada pela pandemia de covid-19, e diante de um cenário de inflação alta, nem sempre será possível oferecer uma promoção realmente significativa para o cliente. Ainda assim, Caio Camargo, da Linx, cita outras possibilidades para aproveitar a Black Friday:

“Oferte algo real. Se você não consegue dar desconto no serviço ou no produto, dê um novo produto, dê mais serviço, acrescente coisas em vez de dar descontos, mas oferte algo verdadeiro para o seu consumidor. Às vezes não é uma questão de valor. Não precisa necessariamente baixar preços ou reduzir margens, mas ofertar coisas verdadeiras e boas oportunidades aos seus consumidores.”

Da mesma forma, se o varejista oferece parcelamentos em até 12 vezes, uma saída pode ser ampliar esse prazo para 24 meses, atrativo interessante em tempos de renda comprometida. “Um pacote cujo pagamento se inicia depois do Carnaval, por exemplo, é outra opção. Facilitar a compra, facilitar o crédito, nesse momento é importante, especialmente se o seu target é o cliente mais popular, que tem menos dinheiro para o supérfluo. Boa parte da renda desse consumidor está na subsistência.”

A própria Linx tem realizado pesquisas constantes mostrando o apelo da Black Friday de 2021. Os dados mostram um crescimento de 112% no número de pedidos via marketplaces e um aumento de 128% da receita total nesse canal de vendas na segunda semana de novembro, ante o mesmo período de 2020.

A expectativa para o varejo físico, afirma Caio Camargo, também está positiva para esta Black Friday. “O varejo físico deve ter incremento, mais pelo mau resultado do ano passado do que pelo crescimento deste ano. A gente tende a ter um equilíbrio de forças e as pessoas naturalmente buscando mais experiências, mais jornada, movimento diferente do que foi essa compra mais transacional do ano passado.”


Pesquisa, Redação e Edição: Carlos Martins

Por Aiana Freitas

Fonte: Portal Mercado & Consumo

Foto: Reprodução