Falhas no controle de vagas das maternidades da rede pública causam prejuízo ao atendimento de gestantes e bebês em Fortaleza. Falta de leitos, de profissionais e de equipamentos se somam ao problema, como aponta relatório do Ministério Público do Ceará (MPCE), que media a situação com os gestores municipais e estaduais.
Três das principais maternidades da cidade foram inspecionadas quanto à capacidade de atendimento, número de profissionais da saúde e de equipamentos, entre os dias 22 e 23 de novembro.
As visitas aconteceram no Hospital e Maternidade Dra. Zilda Arns Neumann (Hospital da Mulher), Maternidade Escola Assis Chateaubriand, Central de Leitos do Estado e do Município e Hospital Geral Dr. Cesar Cals.
NOVO SISTEMA
Para solucionar o problema, as unidades de saúde municipais e estaduais se comprometeram a dar transparência ao número de leitos vagos. A troca de telefonemas e e-mails, adotada em parte das maternidades da Capital para o controle das vagas, deve ser substituída por um sistema digital, por meio do Integrasus, até o dia 20 de dezembro. A decisão foi tomada após uma reunião intermediada pelo com o Ministério Público do Ceará (MPCE) na quarta-feira (1º).
CONSEQUÊNCIAS DA FALTA DE VAGAS
Enéas Romero, promotor de justiça e coordenador do Centro de Apoio Operacional da Saúde (CaoSaúde), define o cenário pela falta de garantia no atendimento.
“Isso pode gerar vários riscos, inclusive, de infecção para os recém nascidos, para os prematuros, que são classificados como alto risco, e isso pode gerar um aumento de mortalidade”, destaca sobre a falta de vagas.
LOGÍSTICA DESDE O PRÉ-NATAL
Um dos problemas está relacionado com a falta de estratificação de risco da gravidez - quando se define o local de atendimento de acordo com o perfil de cada gestante.
"A atenção materno-infantil não acontece no momento que a gestante precisa ter acesso à maternidade, começa no pré-natal, então existe um fluxo de atenção desde o nível primário até o nível terciário", explica o secretário Marcos Gadelha.
MODERNIZAÇÃO DO MONITORAMENTO
Os procuradores propõem o acompanhamento em tempo real da situação dos leitos, com a geração de gráficos e dados para o monitoramento da rede. Para isso, foi sugerido o preenchimento de uma planilha de dados similar à utilizada para a logística de atendimento dos pacientes com Covid-19.
Dessa forma, os dados podem ser disponibilizados na plataforma IntegraSUS, da Secretaria da Saúde, onde há visualização das situação de cada unidade de saúde.
Pesquisa, Redação e Edição: Carlos Martins
Da Redação
Fonte: Portal Diário do Nordeste
Foto: Camila Lima/Reprodução