Uma pesquisa realizada pelo King’s College, de Londres, demonstrou que a maior parte das receitas caseiras utilizadas para curar ressacas, na realidade, não têm nenhum efeito real sobre o corpo. De acordo com o estudo, a maioria das supostas curas funcionam mais ou menos como placebos.

Os resultados do estudo foram publicados na revista Addiction, que é focada em estudos sobre vícios. Além de pesquisadores do King’s College, o estudo também contou com pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas em Saúde, também do Reino Unido.

Estudos de baixa qualidade

Os dados mostraram que a maior parte das evidências que apoiam as receitas usadas para curar a ressaca são de qualidade muito baixa. Segundo o autor principal do estudo, Emmert Roberts, os remédios para ressaca precisam de evidências mais robustas e avaliação mais rigorosa para apoiarem seu uso.

Para chegar a esses resultados, a equipe de pesquisa fez uma análise sistêmica de 21 ensaios que buscavam apoiar receitas que prometem curar a ressaca. Entre os remédios testados estavam suco de pêra coreana, extrato de cravo e ginseng vermelho.

O que há de errado?

Ao analisar os ensaios que apoiavam o uso desses remédios homeopáticos, os pesquisadores encontraram uma falta de rigor que os deixou assustados. Entre os erros mais comuns, estavam dosagens imprecisas e uma dependência excessiva de experiências auto-relatadas pelos pacientes supostamente curados.

Outro ponto de atenção foi o fato de nos 21 ensaios analisados, oito analisaram apenas homens, deixando as mulheres de lado. Além disso, havia pouca padronização entre os estudos. Pontos importantes, como o tipo e a quantidade de bebida utilizados variava bastante.

Os pesquisadores, porém, não investigaram os efeitos do chamado “kit-ressaca”, que é muito comum no Brasil. Muito comum nas farmácias do país, o kit envolve um coquetel de remédios com analgésico, antiácido e sal de frutas.


Pesquisa, Redação e Edição: Carlos Martins

Por Kaique Lima 

Fonte: Portal | Olhar Digital

Foto: Reprodução