Os servidores foram expulsos ou demitidos pela Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD), em 2021. A maior parte é formada por policiais militares.
Cresce o número de policiais, bombeiros e servidores da Pefoce demitidos ou expulsos pela Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário do Ceará (CGD). Só em 2021, foram 33 servidores destas áreas excluídos dos quadros. Comparado ao ano de 2020, com 16 sanções máximas aplicadas, o índice mais do que dobrou.
A maior parte das 33 demissões ou expulsões no ano passado é referente a casos que envolvem policiais militares. Foram 20 PMs, dois bombeiros, três policiais civis, seis policiais penais e dois servidores da Perícia Forense do Ceará (Pefoce) excluídos após investigação que comprovou cometimento de crimes, indo desde participação em homicídio até o acúmulo ilegal de cargos.
Chama a atenção o envolvimento de policiais e bombeiros em casos de estupro, tráfico e extorsão. A reportagem levantou parte dos casos que culminaram a aplicação da sanção máxima por parte da Controladoria e concluiu que, comumente, demitidos e expulsos no ano de 2021 eram investigados por crimes cometidos em anos anteriores, como o caso de um bombeiro suspeito de estupro desde 2005.
ENVOLVIDOS NO MOTIM
As estatísticas da CGD indicam que as punições devido ao motim protagonizado por centenas de militares interferem na disparada das expulsões. Até então são seis policiais e um bombeiro retirados das Corporações sob acusação de participarem do movimento grevista.
Em junho de 2021 foi demitido o primeiro PM por este motivo. Raylan Kadio Augusto de Oliveira tinha apenas um ano e oito meses de serviço ativo na PMCE quando, segundo a publicação no Diário Oficial, o soldado se juntou aos militares amotinados no Quartel do 18º BPM, no Bairro Antônio Bezerra.
ESQUEMA DE EXTORSÃO
Dois seis policiais penais retirados do Sistema Penitenciário em 2021, três foram por acúmulo ilegal de cargos, um por transação ilícita e dois por extorsão. A reportagem apurou que o caso de extorsão envolveu como vítima um terceiro policial penal.
Valdemiro Barbosa Lima Júnior e Natanael Eduardo de Andrade Lima foram demitidos pela CGD no mês de agosto por extorquir um servidor e cobrarem dele R$ 11 mil. A dupla ameaçava divulgar imagens da esposa do colega de profissão em uma relação extraconjugal, segundo as investigações.
A vítima da suposta extorsão, que ocupava um cargo de direção na antiga Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus), denunciou o caso à Delegacia de Assuntos Internos (DAI). Na época, Valdemiro presidia o Sindicato da Categoria. Ele alegou ser vítima de perseguição e não concordar com a decisão da Controladoria.
Pesquisa, Redação e Edição: Carlos Martins
Por Emanoela Campelo de Melo
Fonte: Portal | Diário do Nordeste
Foto: Reprodução/Fabiane de Paula