Três pacientes paraplégicos conseguiram voltar a andar com auxílio de implantes elétricos colocados na coluna vertebral, em conjunto com inteligência artificial. Os dispositivos foram capazes de restabelecer a comunicação entre o cérebro e a coluna vertebral dos pacientes.

Além de andar, os voluntários conseguiram realizar outras atividades, como nadar, pedalar e velejar, tudo isso após uma operação de apenas quatro horas. Contudo, os pesquisadores alertam que não se trata de uma cura para paralisias, já que o uso da tecnologia no dia-a-dia ainda é bastante complicado.

Avanço importante

Os pesquisadores, no entanto, reconhecem que os implantes elétricos são um grande avanço na qualidade de vida para pacientes paraplégicos. Os dispositivos são ligados à medula espinhal dos pacientes, que têm a função de enviar sinais do cérebro para as pernas.

Por conta disso, algumas pessoas que sofrem acidentes que causam lesões nos nervos da medula espinhal ficam paralisadas e se tornam paraplégicas. No estudo em questão, que vem sendo realizado desde 2014, todos os voluntários haviam perdido os movimentos das pernas após acidentes de motocicleta.

Como funciona a cirurgia

Na cirurgia, que ainda é experimental, os voluntários receberam 18 implantes elétricos em toda a extensão da medula espinhal. Os dispositivos emitem sinais elétricos sincronizados que simulam a ação dos neurônios responsáveis por fazer o cérebro ativar os músculos do tronco e das pernas.

Estes eletrodos são ligados a um tablet com um sistema de inteligência artificial, que permite que o paciente acione comandos que permitem a realização de ações como dobrar e esticar os joelhos. Esses comandos emulam a ação do cérebro no controle dos membros inferiores.

Implantes mais modernos e personalizados

O caráter personalizado de cada implante permite aos pesquisadores levar em consideração as características específicas das lesões de cada um dos participantes. Apenas um dia após as operações, os voluntários foram capazes de ficar em pé, andar, nadar e até pedalar.

“Isso se deu graças aos programas específicos de estimulação que desenvolvemos para cada tipo de ação motora”, declarou o co-autor do estudo, Grégoire Courtine. “Os pacientes podem selecionar a atividade desejada no tablet, e os protocolos correspondentes são recebidos pelo marcapasso localizado no abdômen”, detalha o pesquisador.


Pesquisa, Redação e Edição: Carlos Martins

Por Edson Kaique Lima 

Fonte: Portal | Olhar Digital

Foto: Reprodução