Nesta semana, a notícias da primeira mulher curada do HIV após tratamento com células-tronco ganhou destaque. A paciente de 64 anos que sofre de leucemia foi a terceira pessoa no mundo a se curar da Aids pelo método. Mas como isso aconteceu?

A paciente teve o HIV detectado em junho de 2013 e foi diagnosticada com leucemia em março de 2017. Em agosto de 2017, a mulher recebeu sangue de cordão umbilical de um doador que possui uma mutação genética capaz de inibir a infecção pelo vírus responsável pela AIDS. 

A equipe médica acompanhou a paciente após este transplante e, após três anos fazendo uso contínuo dos remédios para manter o vírus sob controle, a mulher decidiu abandonar o tratamento medicamentoso.  

Depois de 14 meses da decisão, a paciente não apresenta mais nenhum sinal do HIV em seus exames de sangue. Os pesquisadores estão atribuindo a cura ao transplante de sangue vindo do cordão umbilical, que carrega células-tronco com maior capacidade de adaptação.  

A mulher também recebeu doação de sangue de familiares próximos, o que acaba fornecendo células de defesa capazes de aumentar a imunidade durante e após o procedimento. 

Casos de cura do HIV

Outros dois casos parecidos já foram relatados anteriormente. Os outros dois pacientes receberam um transplante de medula óssea de doadores que também carregavam a mutação genética. Um desses pacientes, Timothy Ray Brown, foi considerado curado em 2008 e viveu livre do HIV até 2020, ano de sua morte em decorrência de um câncer.

A nova estratégia inovadora foi uma grande conquista da ciência, no entanto, os transplantes de células-tronco não são uma estratégia viável em larga escala para o tratamento do HIV. 


Pesquisa, Redação e Edição: Carlos Martins

Por Matheus Barros, editado por Lucas Soares

Fonte: Portal | Olhar Digital

Foto: Reprodução