Com o início do ano letivo, educadores se organizam para diminuir o impacto de tantas adaptações nos últimos meses.
A educação mudou com a pandemia. Não foi somente o escritório que passou a ser dentro de casa e as lojas que se renderam ao universo digital, o ensino remoto virou uma realidade da noite para o dia, contrariando a falta de preparo, ferramentas e acesso de professores e alunos. Agora, com o novo ano letivo e o retorno presencial previsto para a maioria dos municípios brasileiros, fica a questão: o que esperar deste momento? Como nos preparar e ajudar nossos alunos a atenderem a expectativa desta rotina?
Professora de Biologia do Ensino Médio da Rede Estadual e coordenadora pedagógica dos anos finais na Rede Municipal, Juliana Reis (Núcleo Conectando Saberes de Uberaba/MG), não acredita em retrocessos, por isso, considera que a educação híbrida veio para ficar, desde que sejam solucionados os problemas enfrentados nos últimos meses, como a falta de conectividade nas escolas e incentivo à formação continuada dos educadores.
“Tivemos que incorporar as ferramentas tecnológicas ao trabalho pedagógico de uma forma muito rápida. Buscamos metodologias ativas novas para o trabalho remoto e híbrido. Aprendemos com o carro em movimento! No entanto, esbarramos em um problema sério nas escolas públicas, que é a conectividade e a dificuldade de acesso dos alunos e professores à internet”, observa. "O serviço público precisa propor políticas públicas para solucionar este problema, bem como a valorização do profissional mediante pagamento do piso nacional e de um plano de cargos e salários estruturado. O investimento em formação continuada do professor é algo de extrema importância para que esse profissional sinta-se preparado para atuar em sala de aula frente a todas essas mudanças e exigências”, enfatiza Juliana.
"Acredito que o futuro do Brasil para reduzir as desigualdades sociais - fome, analfabetismo - passa pela educação básica. Por isso, somente o trabalho sério, dialógico, coletivo de professores, família, alunos, governantes é o caminho para a transformação do nosso país. A escola pública de qualidade deve ser o objetivo de todos e isso só será possível, se nos dermos as mãos”, destaca. Marlúcia finaliza, salientando que, “a pandemia foi um período de angústia, mas de muita reflexão para todos, principalmente dentro do espaço escolar. As escolas que estavam com receio de mudança, agora adquiriram subsídios para essa perspectiva e acredito que nunca mais existirá uma escola nos moldes anteriores. Além de ofertarmos uma troca de conhecimentos, precisamos de uma valorização do outro e da própria vida."
E você, o que espera de 2022? E como pretende lidar com este novo ano? Talvez todas as respostas estejam na última - e singela - reflexão do professor José Gilson: não deixar de acreditar no poder dos educadores e de seus esforços.
“Acredito muito no trabalho dos professores. É o trabalho do professor que faz toda a diferença para a transformação que queremos. E é no chão das realidades, em cada sala de aula, com uma docência comprometida que essa mudança ocorrerá. Não paremos de acreditar, não cansemos de sonhar”.
Pesquisa, Redação e Edição: Carlos Martins
Da Redação
Fonte: Portal | Esin Deniz - Fotolia.
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