Segundo pesquisa da Galunion, 85% dos consumidores são influenciados por marcas que valorizam os seus colaboradores

Um dos principais desafios do setor de alimentação fora do lar, a contratação e retenção de talentos é ponto central nos resultados das empresas. Segundo uma pesquisa da Galunion, 89% dos operadores de foodservice têm dificuldade em contratar e reter colaboradores. Já entre os 11% que disseram que essa área é uma fortaleza da marca, 68% estão com faturamento acima da média de 2021, bem acima dos 56% dos demais entrevistados.

Os dados foram apresentados na mesa “Como encantar meu cliente?” durante o evento da Galunion sobre tendências e benchmarks para o mercado de foodservice. “Quando a gente olha o setor que se move com hospitalidade, temos um dado da pesquisa que mostra que 85% dos consumidores disseram que influenciaria muito saber que a marca, de fato, valoriza os seus colaboradores e tem boas práticas em relação a eles”, diz Simone Galante, fundadora e CEO da Galunion.

Para ela, a valorização dos colaboradores é a essência do negócio. Começa com respeito, ajudar com capacitação para que a pessoa possa ter a competência necessária para gerar reputação e possa desenvolver os relacionamentos que são significativos e façam as conexões com os clientes”, exemplifica.

Rê Cruz, fundadora da Foodnees, plataforma de gestão de negócios e novas mídias, destaca ser impossível falar de hospitalidade sem olhar para o cliente interno, que são os colabores da empresa. Ela defende que as empresas adotem novos formatos de negócio para conseguir atrair e reter as pessoas.

“É preciso construir negócios que precisem de menos gente e sejam muito melhor remuneradas. Construir negócios que precisam de muita gente para operar é insustentável porque vai ter um monte de gente mal paga”, afirma.

Para Edmour Saiani, fundador da Ponto de Referência, empresa especializada em construção de cultura de serviço, a grande transformação da pandemia não foi a digital, mas a humana, e o grande desafio do foodservice é conquistar e manter o funcionário e o cliente. “A estrutura da empresa não vem mais de cima para baixo e o que era uma pirâmide virou uma nuvem. Não tem mais dono e empregado. Todo mundo tem que fazer tudo”, diz.

Saiani destaca que a construção de resultados deve levar em conta as pessoas, o planeta e a prosperidade de todos como o bem maior. Para isso, ele cita um modelo baseado em 4Rs:

Respeito – É o mais importante, a base de tudo. Todos do time, clientes, fornecedores e comunidade gostam de ser respeitados. Por que vou aproximar de alguém que não me respeita?

Reputação –Marcas com reputação inspiram todos que convivem ou podem conviver com elas.  Se tem uma marca que eu respeito, eu me aproximo e pago a mais por ela.

Relacionamento – O cliente, o acionista, a equipe, a comunidade e o fornecedor comparam relações que têm com a marca com as que podem ter com outras.  O relacionamento traz recorrência.

Resultado – O resultado é conquistado todos os dias e é consequência do nível de respeito que ela tem por quem investe e aposta nela, pela reputação que se constrói e pelo relacionamento que a marca e as pessoas que com ela trabalham, inspiram.

Capacitação e premiação

Para João Castro, COO da Fábrica de Bares, que opera o Bar Brahma, Bar dos Arcos, Filial, Bar Léo, Hotel Marabá, entre outros, esse é um tema recorrente dentro da companhia, que incentiva a capacitação e premiação e criou um workshop anual de hospitalidade.

“Esse é um tema recorrente na Fábrica de Bar, na procura de novos modelos e de uma aproximação. O setor em geral, com essa preocupação permanente de qualificação, o modelo tem que evoluir para ter uma remuneração que permita ter as pessoas boas conosco”, diz.


Pesquisa, Redação e Edição: Carlos Martins

Por Larissa Féria

Fonte: Portal | Mercado & Consumo

Foto: Reprodução