A economia com esse tipo de gasto depende da mudança de hábitos e de algumas estratégias
Diante da correria do dia a dia, os aplicativos de delivery têm se tornado companheiros mais frequentes da rotina e do orçamento. Apesar da comodidade de fazer o pedido em alguns cliques, a conta para comprar uma refeição pode sair mais cara.
De acordo com levantamento feito pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), um prato de comida pedido por meio do iFood, empresa predominante no mercado de delivery brasileiro, é em média 17,5% mais caro do que a mesma comida pedida no salão do restaurante. A pesquisa não considera outros aplicativos.
O maior custo para pedidos em aplicativos é explicado por taxas cobradas pelas empresas aos restaurantes, que costumam aumentar o preço dos produtos para conseguir manter a margem de lucro.
A economia com esse tipo de gasto depende da mudança de hábitos e de algumas estratégias, tanto para recorrer ao delivery menos vezes como para conseguir descontos.
PEDIDOS PELO WHATSAPP
A analista de marketing Sâmia Martins, de 26 anos, dá preferência a outros canais na hora de pedir comida para casa desde antes da pandemia.
“Eu comecei a perceber que os locais que eu via no aplicativo eram bem perto da minha casa, e eu comecei a fazer testes para comparar preços, pegava o cardápio físico do local e às vezes os preços divergiam. Eu comecei a fazer testes e via que saía alguns reais mais barato, uns dois, três, quatro reais mais barato, e aí eu vi que começava a compensar”, relata.
Com tudo mais claro, o delivery hoje em dia é um luxo reservado para os finais de semana na rotina de Sâmia. E, quando ela pede, costuma mandar mensagens no Whatsapp ou ligar para restaurantes já conhecidos, localizados nas redondezas da sua residência.
Ela avalia que o contato sem intermédio de aplicativos compensa mesmo quando há cobrança de taxa de frete. Ela calcula que a economia chega a até R$ 10 em alguns pedidos.
Além de optar por outros canais para realizar o pedido, a analista de marketing costuma acompanhar as redes sociais de seus restaurantes favoritos para aproveitar cupons de descontos em datas comemorativas ou comerciais.
DELIVERY NO ORÇAMENTO FINANCEIRO
É comum que os gastos com delivery assustem no final do mês, principalmente para quem utiliza o cartão de crédito como forma de pagamento. A educadora financeira do DSOP Juliana Barbosa indica que é importante anotar os gastos e entender o comportamento por trás da compra para conseguir manter o controle.
Segundo ela, não há como delimitar uma porcentagem ideal no orçamento que pode ser direcionada para o delivery, já que cada família e pessoa tem uma realidade. Mas esse gasto precisa constar no planejamento mensal.
DICAS PARA ECONOMIZAR NO DELIVERY
- Delimitar um orçamento mensal para esse tipo de gastos.
- Buscar o preço da refeição entrando em contato diretamente com o restaurante por ligação, Whatsapp ou aplicativo próprio.
- Aproveitar as promoções disponíveis, mas com moderação, evitando fazer compras desnecessárias simplesmente pelo preço.
- Utilizar cupons disponibilizados pelas plataformas de delivery. Dependendo do consumo mensal, pode valer a pena participar de clubes de fidelidade.
- Aplicar filtro de frete grátis na hora de escolher o restaurante para pedir.
- Comparar preços entre as plataformas. Às vezes, o “frete grátis” em um aplicativo é compensado com um aumento no preço dos produtos.
PEDIDO MAIS CARO NO APLICATIVO
Em nota, o iFood informou que não comentará a pesquisa citada no início desta matéria, "uma vez que não teve acesso ao seu conteúdo e não foi informado sobre a metodologia e os parâmetros aplicados para a realização do estudo".
"As taxas cobradas pelo iFood são compatíveis - e em muitos casos menores - com os valores cobrados tanto por concorrentes no mercado brasileiro como por pares globais. O iFood investe diariamente em ações, campanhas e soluções que têm por finalidade justamente a redução do preço da alimentação para o consumidor brasileiro. Não há qualquer racionalidade econômica na acusação feita ao iFood", reforça a plataforma.
Pesquisa, Redação e Edição: Carlos Martins
Por Heloisa Vasconcelos
Fonte: Portal | Diário do Nordeste
Foto: Reprodução/Kid Júnior