Empresários relatam aumento de até 40% nas vendas, com filas de espera para determinados modelos de alto padrão

Mesmo em um cenário de inflação e preços mais altos, o mercado de veículos de luxo tem perspectivas otimistas em Fortaleza. De acordo com empresários e profissionais do segmento, a procura por automóveis e helicópteros de alto padrão não deu trégua nem com a pandemia. 

A demanda persiste, inclusive com fila de espera para alguns modelos. Há quem pague R$ 700 mil em carros importados e até R$ 20 milhões em um helicóptero para voos particulares, sem contar com as despesas de manutenção, garagem e piloto. 

DEMANDA APESAR DA PANDEMIA 

Quando as lojas tiveram que fechar as portas na pandemia por razões sanitárias, muitos negócios passaram por tempos difíceis. Não foi o caso, contudo, do segmento de automóveis de luxo.  

De acordo com o diretor comercial da Auto Gallery, Alexandre Pinto, a alta liquidez de dinheiro no mercado e os juros baixos durante 2020 favoreceram uma explosão no mercado de alto luxo. Ele conta que mesmo tendo passado metade de um ano com as portas fechadas, o faturamento foi igual ao de anos normais. 

Alexandre Pinto conta que hoje, para além da venda, a empresa trabalha com serviços, orientando quem possui ou quer comprar um automóvel de luxo com relação à manutenção ou o modelo ideal. A loja também atua com a blindagem de veículos.  

“A pandemia foi um susto inicialmente nos primeiros meses e as pessoas começaram a entender que o dinheiro não estava rendendo tanto no banco, que eu sou mortal, então não vou adiar nenhum plano, nenhum prazer, para o futuro. Eu vou fazer já”, percebe. 

Naquele período, o problema maior era a existência de produto no mercado. Problemas de logística internacional e montadoras fechadas fizeram com quem quisesse comprar veículos de luxo novos tivessem que esperar longas filas. 

PROCURA POR HELICÓPTEROS 

De acordo com o proprietário da North Star Táxi Aéreo, Paulo Barros, a empresa já percebe um crescimento de 40% na demanda de clientes, comparando a situação pré-pandemia à atual. O negócio atende prioritariamente um público de classes A e B+, tanto para a venda de aeronaves como para táxi aéreo. 

Um desafio para o segmento, de acordo com Paulo, é o crescimento no número de destinos operados por companhias aéreas no interior do estado, o que gera competitividade e inviabiliza o negócio de aeronaves de asa fixa por empresas cearenses. 

“O crescimento de asa fixa está muito limitado às empresas de fora, que só entram no período bom para eles. Restringe muito para a gente. A empresa optou de fazer esse segmento de asa rotativa, a atuação do setor de helicóptero gera uma expectativa de crescimento com o turismo e a retomada da economia”, diz. 


Pesquisa, Redação e Edição: Carlos Martins

Por Heloisa Vasconcelos

Fonte: Portal | Diário do Nordeste

Foto: Reprodução/Kid Júnior