Impactos financeiros para a Prefeitura de Fortaleza ainda são desconhecidos. Projeto também deverá contar com apoio do Governo do Estado

Conceder passagem gratuita no transporte público de Fortaleza para as pessoas que estão indo para o Centro pode estar mais próximo do que se espera. O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus) já está trabalhando em um estudo que poderia gerar o transporte de passageiros em pelo menos 60 linhas. 

O material, que está sendo preparado em parceria com a Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor), deverá ser concluído e entregue à Prefeitura de até o fim de novembro. A administração pública, então, fará uma análise dos dados e previsões financeiras para discutir a possível gratuidade em parceria com o Governo do Estado.

Na última segunda-feira (21), o governador eleito, Elmano de Freitas, visitou a sede da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e confirmou que irá estudar a possibilidade de contribuir para um projeto de gerar gratuidades no transporte público para o centro entre 9h e 16h. 

"Devemos concluir até o final do mês e estamos discutindo e vamos apresentar à nossa diretoria, até porque não envolve o Governo do Estado, envolve, na verdade, o município de Fortaleza. Ele está sendo feito a quatro mãos, com os técnicos da Etufor e ao concluir, a gente vai ter as condições de apresentar um número. Mas não sabemos o quanto deve custar isso ainda", disse. 

'Nós contribuímos com o Estado, mas o mote é puxado pela Prefeitura. Existe uma demanda da CDL, e, a partir dessas discussões, a gente colabora com o estudo, mas esse estudo a gente diz que o pai é o município de Fortaleza", completou.

LINHAS IMPACTADAS

Apesar de reconhecer não haver uma estimativa precisa do impacto financeiro ainda, Sá Júnior destacou que os passageiros de 67 linhas poderiam ser beneficiadas pela medida. Segundo previsões da CDL de Fortaleza, a expectativa é triplicar o número de consumidores no Centro entre 9h e 16h. 

"Seria o conjunto de linhas que envolve a área central. Seria mais ou menos umas 67 linhas, que tem ligações com o Centro ou com terminais que levam ao Centro", afirmou.

PRESSÃO INFLACIONÁRIA 

Segundo o gerente de planejamento do Sindiônibus, a previsão financeira tem sido complexa por conta da pressão inflacionária registrada no Brasil nos últimos anos, considerando os reflexos da pandemia do novo coronavírus e da guerra entre Rússia e Ucrânia.  

"A gente precisa atualizar preços, e temos de fazer uma avaliação muito grande por conta das variações que sofremos por conta da pandemia. E quando se faz a previsão, ela é feita para 12 meses para dar um número médio, mas com uma inflação no patamar que está, com dois dígitos, temos de tomar cuidado", explicou Sá Júnior.


Pesquisa, Redação e Edição: Carlos Martins

Por Samuel Quintela

Fonte: Portal | Diário do Nordeste

Foto: Reprodução