A rede social está sendo processada na Alemanha por não moderar adequadamente conteúdos de discurso de ódio contra a comunidade judaica

O Twitter está sendo processado na Alemanha por dois grupos de ativismo judeu que acusam a rede social de atacar a comunidade judaica e negar o Holocausto.

A ação movida pela organização da União Europeia de Estudantes Judeus (EUJS) e HateAid, alega que a rede social falhou ao cumprir com suas regras de proibir conteúdo anti-semita.

A EUJS afirma que enviou publicações que continham conteúdo anti-semita para a rede social, mas os mesmos não foram removidos, um dessas publicações continha comentários sobre que negavam o acontecimento do Holocausto. Na Alemanha, o negacionismo ao Holocausto é considerado crime.

“Embora o Twitter proíba as hostilidades anti-semitas em suas regras e políticas, a plataforma deixa muito desse conteúdo online. Mesmo que a plataforma seja alertada sobre isso pelos usuários”, afirma a organização em comunicado.

“O Twitter traiu nossa confiança”, disse Avital Grinberg, presidente da EUJS. “Ao permitir que conteúdo odioso se espalhe, a empresa falha em proteger os usuários – e os judeus em particular”

Conforme lembra a EUJS, o Twitter menciona em suas regras e políticas que não tolera ódio em violência na plataforma. A política de comportamento abusivo ressalta que o Twitter proíbe conteúdo “que negue a ocorrência de assassinato em massa ou outros eventos com vítimas em massa” e cita diretamente o Holocausto como exemplo.

Twitter recebe processo na Alemanha

Em entrevista a EuroNews, Josephine Ballon, chefe jurídico da HateAid, a rede social não está sendo processada pelas políticas alemãs, mas nos termos e serviços da própria plataforma.

“Cada pessoa que cria um perfil no Twitter tem uma espécie de contrato com o Twitter. Mas ninguém está perguntando por que o Twitter não segue as regras que eles mesmos estabeleceram quando se trata de políticas de moderação em sua plataforma”, disse o representante da plataforma de proteção de vítimas do discurso de ódio online.

Em 2021, a Campaign Against Antisemitism – parceira do Twitter – disse que as políticas da empresa eram falhas, considerando que foram removidos apenas 400 dos 1.000 tweets identificados contendo conteúdo odioso contra a comunidade judaica.


Pesquisa, Redação e Edição: Carlos Martins

Por William Schendes

Editado por Lucas Soares 

Fonte: Portal | Olhar Digital

Foto: Reprodução