O corredor turístico que liga o Centro de Fortaleza à Praia de Iracema ganhará cara e economia novas. A promessa é que ainda neste mês a Prefeitura de Fortaleza divulgue estudo que aponte as condições de mercado para a avenida Monsenhor Tabosa, que hoje sofre com a falta de lojas e compradores. Aliar serviços, gastronomia, cultura e arte é a solução apontada. A via, reformada há cinco anos, tem história, visita memórias e está em uma das áreas mais privilegiadas da Capital.

O cenário está diferente, é verdade. Muitas placas de aluga-se, fluxo de carro mais intenso do que o de pedestres, consumidores decepcionados. Mas a Monsenhor Tabosa ainda pulsa. Não é mais reduto dos segmentos de calçados e bolsas, mas é destino certo para quem busca roupa de banho ou de festa. Receberá um grande supermercado e uma nova agência bancária. Suas galerias deverão ser espaço para bares e restaurantes. A forma de vender e comprar mudou e é preciso se adaptar.

Parar o carro nas vagas laterais, olhar até o fim da via e saber que há muitas opções diferentes de produtos, da cabeça aos pés. A Monsenhor Tabosa está nas lembranças mais consumistas e regionais de fortalezenses e turistas. A enfermeira Francisca Mary Pires, 59, conhece essa sensação. "Eu sempre vinha, moro perto, então estava sempre por aqui. Hoje vim comprar blusas para a minha mãe, de um tipo de tecido que não é fácil encontrar em lojas de shopping", conta. Dona Lígia, 84, ao lado, não se importa em andar debaixo do sol quente, mas admite a tristeza em ver tantas portas fechadas. "Nunca pensei que estaria assim", desabafa.


Apesar do estranhamento, mãe e filha entraram em várias lojas, escolheram e compraram. Atualmente, de acordo com a Associação dos Lojistas da Monsenhor Tabosa (Almont), 160 estabelecimentos continuam abertos ao longo dos 900 metros de avenida. Eram 386 em 2014. Entre as lojas, 90% são alugadas. Uma lei municipal sancionada em 2017, que estabeleceu a via como corredor turístico, permitiu que as lojas ficassem abertas até as 21 horas. A ideia era seguir o fluxo dos turistas, que chegam das praias e costumam comprar até mais tarde. Essa dinâmica não virou realidade.

Pesquisa, Redação e Edição: Carlos Martins

Fonte: Jornal Opovo

Foto: Aurélio Alves