O Brasil ainda enfrenta dificuldades para descartar seu lixo de maneira adequada: de acordo com estudo, 53% dos resíduos são descartados de maneira inadequada em lixões a céu aberto —Política Nacional de Resíduos Sólidos aprovada em 2010 previa que esses locais deveriam ser extintos em 2014.
Desenvolvido a partir de pesquisas desenvolvidas em uma parceria do Sindicato Nacional das Empresas de Limpeza Urbana (Selurb) com a consultoria PwC (PricewaterhouseCoopers), o Índice de Sustentabilidade da Limpeza Urbana também indica que 24% dos domicílios brasileiros não contam com coleta de lixo e que o índice nacional de reciclagem é de apenas 3,7%.
A Política Nacional de Resíduos Sólidas determina que o descarte de lixo no país deve ser readequado, com a implantação da coletiva seletiva, instalação de usinas de reciclagem e depósito do material orgânico em aterros sanitários. Quando a lei foi aprovada, em 2010, estipulava-se uma multa de até R$ 50 milhões aos municípios que continuassem a descartar os resíduos em lixões após agosto de 2014. As prefeituras, no entanto, afirmaram que o prazo era muto curto para uma adequação.
A situação não parece melhor após oito anos. De acordo com estudo, o Sul é a região brasileira onde melhor se depositam os resíduos do ponto de vista ambiental: 88,5% do lixo é destinado de maneira correta. O Sudeste fica em segundo lugar, com 51,1% de destinação correta dos resíduos. No Norte e no Centro-Oeste, a taxa de descarte adequado é de, respectivamente, 14,1% e 14,4%. A região Nordeste do país conta com um índice de 11,4%.
Uma das justificativas pela dificuldade de implantar uma política concreta de descarte adequado do lixo seria o financiamento: 61,6% dos municípios do país não contam com arrecadação para concretizar essa política. Na região Nordeste, por exemplo, apenas 4,9% das cidades têm aprovada uma medida de arrecadação de recursos para o transporte e alocação dos resíduos de acordo com as diretrizes da lei.
Pesquisa, Redação e Edição: Carlos Martins
Fonte: Gallileu
Foto: Carlos Martins