Eles foram dados como mortos com a popularização dos CDs, nos anos 1990, mas acabaram ressurgindo das cinzas nos últimos anos. São os discos de vinil (ou LPs), atuais queridinhos tanto de quem sente saudades das nuances sonoras dos "bolachões" quanto de uma turma mais nova que acabou se apaixonando por esse tipo de mídia.
Um desses apaixonados é o analista de projetos Gilson Bispo. "Uma das coisas que eu mais gosto nos discos de vinil é que ele tem um som distinto em relação ao CD e outras mídias. Você consegue distinguir sons e instrumentos que acabam suprimidos em outros formatos. Sem contar que aquele som da agulha no início do disco é algo muito instigante", diz.
Para o professor Fernando Iazzetta, do Departamento de Música da Escola de Comunicações e Artes da USP, uma das justificativas para essa paixão por discos de vinil tem a ver com as características sonoras deste tipo de mídia, não com a sua qualidade em si. "É uma questão de gosto, já que toda gravação é uma distorção do som real, seja na mídia que for. Na prática, existem dois motivos para as pessoas gostarem do vinil. Um é a nostalgia, o fato de ter crescido ouvindo música nessa mídia. Já em termos técnicos, é possível dizer que o som dos discos de vinil é mais arredondado, com menos transientes, que são uma espécie de ruídos rápidos que ajudam a definir a articulação do som", ex.
Em comparação com um CD, portanto, o som dos LPs é menos nítido, mas também é menos áspero. Não seria correto, portanto, dizer que a qualidade do vinil é melhor ou pior, mas sim que seu som é diferente. E outros componentes acabam afetando o resultado final. "O áudio que a gente escuta passa por uma cadeia de dispositivos, como o leitor da mídia ou um conversor digital para analógico - no caso de mídias digitais -, o amplificador de som e a caixa acústica ou fone de ouvido. Cada um desses dispositivos tem uma sonoridade específica, então não é só a mídia que importa, mas também a qualidade desses outros elementos", diz Iazzetta..
Pesquisa, Redação e Edição: Carlos Martins
Fonte: Rodrigo Lara
Colaboração para o UOL, em São Paulo
Foto: iStock/Getty Images