A família de uma menina negra, de 10 anos, registrou boletim de ocorrência de racismo contra a escola onde a criança estuda, em Jundiaí (58 km de SP), por causa da exclusão da menina numa publicidade da instituição de ensino. O caso foi na sexta-feira (20) passada, Dia da Consciência Negra.
O colégio Domus Sapiens disse que não foi proposital. Segundo a escola, a agência de publicidade contratada normalmente coloca a caixa de texto do lado direito dos anúncios da escola. E que por isso, o rosto da menina negra foi encoberto.
O pai da criança, um supervisor de 50 anos, afirmou em depoimento à polícia que jantava na casa de amigos, por volta das 21h30 de sexta-feira (20). Durante a refeição, a filha viu um anúncio da escola, em uma rede social, em que apareciam três estudantes brancas e ela.
Situação vexatória
Na publicidade, a menina negra, entretanto, estava encoberta por um espaço amarelo com a seguinte mensagem: "Importante na escola não é só estudar, é também criar laços de amizade e convivência", citando o nome do educador Paulo Freire. A ocultação da imagem, constatada pela própria criança, "a deixou em uma situação vexatória", diz trecho de boletim de ocorrência, registrado no 1º DP de Jundiaí no dia seguinte.
Publicidade seguiu "padrão estético" de outras postagens, diz escola
Segundo o departamento jurídico da escola, em nota, a agência de publicidade contratada pelo colégio elaborou 41 postagens em redes sociais em um pacote, "sendo que em praticamente todas as postagens feitas naquela oportunidade, o lado escolhido para a colocação da caixa de texto é justamente o lado direito da foto, se sobrepondo aos rostos de muitos outros alunos, em outras fotos, inclusive, alunos brancos, com o intuito de seguir um padrão estético na diagramação da publicidade (já que as fotos seriam lidas em sequência)".
Pesquisa, Redação e Edição: Carlos Martins
Da Redação
Fonte: Diário do Nordeste
Foto: Reprodução