As escolas municipais do Ceará registraram uma queda de 92.771 matrículas de 2019 para 2020 na modalidade do ensino integral, passando de 345.279 para 252.508 inscrições no período, uma redução de 26,8%. As informações são do Censo Escolar da Educação Básica 2020, divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) no dia 31 de dezembro e antecedem à pandemia do novo coronavírus, tendo como referência a data de 11 de março de 2020.

Esse cenário é contrário ao divulgado pelo Censo anterior, quando o número de matrículas nas redes municipais de regime integral havia crescido de 2018 para 2019, passando de 211.456 para as 345.279 matrículas. No regime parcial (em que o aluno fica apenas um turno), o número foi de 540 mil para 627 mil matrículas de 2019 para 2020. As vagas, afora o tipo de regime, se referem aos anos iniciais (1° ao 5° ano) e aos anos finais (6° ao 9° ano). A maior queda ocorreu nos anos finais das escolas integrais, com 186 mil matrículas em 2019 e 119 mil em 2020 - quase 68 mil matrículas a menos.

Nas escolas de regime parcial, as matrículas subiram de 305 mil para 323 mil em anos iniciais, e de 235 mil para 304 mil em anos finais.

Apesar da diminuição no número de inscrições, o modelo de ensino é considerado peça importante para ampliar a qualidade da educação. "Se olharmos os índices das escolas públicas, veremos que existe uma relação de educação integral e qualidade no ensino. Então, o ensino integral possibilita um tipo de ensino nunca feito no país", destaca o diretor do Sindiute, John Weyne.

Pesquisa, Redação e Edição: Carlos Martins

Por João Duarte

Fonte: Diário do Nordeste

Foto: Thiago Gadelha