Ranking é elaborado pelo Instituto Trata Brasil a partir dos indicadores das 100 maiores cidades brasileiras

Ter água potável, rede de esgoto e coleta de lixo regular são direitos básicos e determinantes para a qualidade de vida da população. Em Fortaleza e Caucaia, porém, o acesso tem sido insuficiente: elas estão entre as 25 cidades do Brasil com pior índice de saneamento básico.

O ranking considera os 100 maiores municípios brasileiros em termos de população. Caucaia aparece em 81º, ficando, assim, entre os 20 índices mais baixos de acesso a saneamento. Fortaleza se posiciona um pouco acima, em 77º lugar, mas ainda figura entre as 25 notas mais baixas.

O estudo é divulgado anualmente, e considera os índices de atendimento de água e esgoto nas grandes cidades. Na capital cearense, por exemplo, 1 a cada 4 pessoas não tem acesso regular a água, e 44% da população não é atendida por rede de esgoto. 

Em Caucaia, os índices são ainda mais baixos: o atendimento urbano de água alcança menos de 70% da população, sendo o 7º pior acesso do Brasil; e a rede de esgoto chega a pouco mais de 36% das pessoas.

Questionada sobre a situação dos índices de saneamento de Fortaleza e de Caucaia,  a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) respondeu, em nota, que os dados mencionados no ranking do Saneamento do Trata Brasil têm um atraso de 2 anos e não representam os índices atuais de cobertura nas duas cidades. 

Segundo a Cagece, em 2023, "o percentual de esgotamento sanitário na Capital encontra-se em 67%. O abastecimento de água está em 99,6%".  Já em Caucaia, diz a nota, "o índice de cobertura de esgotamento sanitário alcança 48,4% e o de abastecimento 97,6%".

20 PIORES ÍNDICES DE SANEAMENTO

81- Caucaia

82- Cariacica (ES)

83- Manaus (AM)

84- Pelotas (RS)

85- Belford Roxo (RJ)

86- São Luís (MA)

87- Jaboatão dos Guararapes (PE)

88- Gravataí (RS)

89- São João de Meriti (RJ)

90- Duque de Caxias (RJ)

91- Ananindeua (PA)

92- Várzea Grande (MT)

93- Maceió (AL)

94- Rio Branco (AC)

95- Belém (PA)

96- São Gonçalo (RJ)

97- Santarém (PA)

98- Porto Velho (RO)

99- Marabá (PA)

100- Macapá (AP)

O SNIS, utilizado como base do ranking, “reúne informações de prestadores estaduais, regionais e municipais de serviços de acesso à água, coleta e tratamento de esgoto, além de resíduos sólidos”, como aponta o estudo.

“É importante ressaltar que o SNIS consolida as respostas voluntárias de questionários enviados às operadoras de saneamento brasileiras”, complementa o Instituto Trata Brasil.

O QUE DIZ A CAGECE

A reportagem também questionou a Cagece sobre por que os índices de saneamento de Fortaleza e de Caucaia pioraram, que fatores influenciaram na queda do acesso a água e esgoto, o que tem sido feito para reverter a situação e quais os maiores desafios para universalizar esse acesso.

A Companhia também destacou que "está atuando em 24 municípios com uma Parceria Público-Privada (PPP) que vai universalizar os serviços de esgotamento sanitário até 2033".  E esse projeto tem investimento de cerca de R$ 19 bilhões.

No momento, o primeiro bloco da PPP, com 17 municípios, diz a Cagece, está na fase de operação assistida, com a troca de informações técnicas entre a Cagece e a empresa parceira Ambiental Ceará.

Já Fortaleza e Caucaia, informa a Cagece, estão incluídas no segundo bloco da PPP, que ainda segue em fase de análise de documentação da empresa arrematante. 

"A empresa parceira vai atuar nesses municípios realizando melhorias operacionais, ampliação e implantação de sistemas de esgotamento sanitário, incluindo redes coletoras de esgoto, estações elevatórias, estações de tratamento, linhas de recalque e ligações domiciliares e prediais", finaliza a nota.


Pesquisa, Redação e Edição: Carlos Martins

Por Theyse Viana

Fonte: Portal | Diário do Nordeste

Foto: Reprodução / Camila Lima