Cuidado! Uso contínuo de descongestionantes nasais vicia
Os descongestionantes nasais são uma saída simples e rápida. Mas, se usados em excesso, podem ter consequências
A chegada do frio normalmente vem acompanhada de resfriados, crises alérgicas e de rinite. O uso de descongestionantes nasais fornece um alívio imediato às obstruções tão incômodas nesse período. Mas, cuidado! Quando usado por mais de cinco dias contínuos, a alternativa perde força e leva a um aumento da dosagem, o que pode viciar.
Por que isso acontece?
- O efeito viciante acontece por causa da taquifilaxia.
- Ela consiste em um fenômeno no qual o efeito do remédio se perde após o uso contínuo e excessivo.
- Segundo Edwin Tamashiro, professor do Departamento de Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, as doses das gotas do descongestionante vão aumentando aos poucos, até que a pessoa tenha que usar um frasco inteiro para conseguir algum efeito.
Qual o problema disso?
A taquifilaxia não é o único problema: o uso excessivo de medicamentos também prejudica o sistema cardiovascular.
Pessoas que têm ou já tiveram condições de saúde como hipertensão, arritmia ou infarto precisam ter ainda mais cautela ao utilizar os descongestionantes.
Segundo Tamashiro, há diversos relatos de pacientes que faziam o uso contínuo a longo prazo e tiveram desde picos de hipertensão e até acidente vascular cerebral (AVC).
Então, como aliviar os sintomas?
Sim, há alternativas mais seguras para aliviar a congestão nasal. Porém, antes de tudo, Tamashiro reforça que é necessário ter um acompanhamento médico para “tratar não só os sintomas, mas também eventualmente a doença de base”.
Ele comenta o uso de corticoides nasais na forma de spray e principalmente a lavagem do nariz com soro fisiológico.
"Diferentemente desses descongestionantes nasais de pingar no nariz, o soro fisiológico limpa as impurezas, hidrata o nariz e limpa o muco".
Edwin Tamashiro
Pesquisa, Redação e Edição: Carlos Martins
Por Vitoria Lopes Gomez
Editado por Bruno Capozzi
Com informações de Jornal da USP
Fonte: Portal | Olhar Digital
Foto: Reprodução