Cada compositor tem uma abordagem única para criar suas melodias. Seja tirando o melhor de acordes ou montando arranjos musicais mais complexos, cada composição parece ser um quebra-cabeça pelo qual os artistas trabalham para criar obras de arte. Embora Paul Simon possa admitir ter muitas obras-primas em sua coleção, ele teve alguns problemas com um de seus contemporâneos.
Durante a primeira metade de sua carreira com Simon & Garfunkel, Simon era conhecido por criar algumas das canções de folk rock mais suaves da época. Embora tenha começado com a sublime declaração política "The Sound of Silence", o resto da década foi dedicado a aprimorar sua arte da melhor maneira que sabia.
Em álbuns como "Parsley, Sage, Rosemary and Thyme" e "Bookends", Simon estava acostumado a moldar sua composição em diferentes texturas, seja zombando do sistema ou vivenciando as maravilhas da vida ao seu redor, como em "The 59th Street Bridge Song (Feelin’ Groovy)".
Antes de Simon aprimorar sua técnica, John Lennon já estava trabalhando duro como compositor. Enquanto os Beatles viram Lennon trabalhando ao lado de Paul McCartney durante a primeira metade de sua carreira, a segunda metade dos anos 1960 viu Lennon criando obras-primas musicais com conteúdo político, muitas vezes confrontando aqueles no poder em faixas como "Revolution".
Comparado ao material político de Simon, ele dizia que Lennon nunca estava quebrando novos paradigmas com suas declarações, explicando: "Acho que raramente ele diz algo que seja interessante ou inovador para mim, e ainda assim, eu ouço, com base no respeito de longa data". Lennon também rebateu Simon, chamando inicialmente o compositor de "anão cantante" ao descrever os novos músicos da cena.
No entanto, Simon era crítico até mesmo dos maiores compositores de sua época, chegando a fazer alguns comentários maldosos sobre Bob Dylan na canção "A Simple Desultory Philippic". Embora Simon tenha tentado se aventurar em novos territórios sempre que escreveu uma canção política, "Power to the People" funciona tão bem devido à sua universalidade. Pode parecer um clichê barato, mas, mais frequentemente do que se pensa, os clichês podem funcionar a favor de alguém.
Pesquisa, Redação e Edição: Carlos Martins
Por Gustavo Maiato
Fonte: Portal | Revista Whiplash
Foto: Reprodução