Órgão aponta ausência de 128 enfermeiros e 235 técnicos
A Prefeitura de Fortaleza, a Secretaria de Saúde do Município e a Superintendência do Instituto Doutor José Frota devem apresentar, em até 20 dias, um plano de ação para solucionar a carência de equipes de enfermagem na unidade hospitalar. A demanda foi pedida pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), por meio da 137ª Promotoria de Justiça de Fortaleza e do Centro de Apoio Operacional da Saúde (Caosaúde).
Conforme o órgão estadual, o Município deverá apresentar cronograma para suprir a carência dos profissionais com ações a serem desenvolvidas em curto (três meses), médio (seis meses) e longo prazo (um ano e seis meses).
Segundo a 137ª Promotoria de Justiça de Fortaleza, atualmente, o IJF conta com um déficit de 128 enfermeiros e 235 técnicos de enfermagem, sem contabilizar afastamentos por orientação médica, ausências e aposentadorias.
O problema da carência de profissionais de enfermagem afeta tanto os que estão em efetivo exercício, pelo acúmulo de trabalho, quanto tem ocasionado um evidente prejuízo na assistência de pacientes
PROMOTORA DE JUSTIÇA ANA CLÁUDIA UCHOA | Titular da 137ª PJ.
O IJF já recebeu a demanda do MPCE e deve enviar uma resposta dentro do prazo previsto.
Conforme a direção do Instituto Dr. José Frota (IJF), a unidade está comprometida com a melhora na qualidade do atendimento dos usuários, tendo convocado cerca de 500 novos servidores desde 2021, incluindo enfermeiros e técnicos de enfermagem. Além disso, afirma que "mais convocações estão em fase de planejamento".
PAGAMENTOS NÃO ATRATIVOS
De acordo com informações repassadas pelo Conselho Regional de Enfermagem (Coren-CE) ao MPCE, a convocação de profissionais aprovados no último concurso não foi suficiente para cobrir a necessidade de enfermeiros e técnicos de enfermagem que o IJF possui.
O Coren-CE ainda destacou que os pagamentos de plantões extras e suplementações de carga horária não tem sido atrativo para os enfermeiros.
“É necessário que a Prefeitura de Fortaleza se adeque às normas técnicas de segurança ao pacientes internado, solucionando a situação do subdimensionamento de profissionais, a fim de evitar prejuízos à população que busca os serviços de saúde prestado pelo IJF e garantindo assistência ao usuário da saúde pública com qualidade e segurança”, pontuou a coordenadora do Caosaúde, promotora de Justiça Karine Leopércio.
A carência de profissionais de enfermagem no hospital também trouxe a preocupação quanto ao possível cancelamento de diversas cirurgias eletivas, conforme apontado em relatório da Assessoria Psicossocial da 137ª PJ de Fortaleza, o que está sendo investigado pelo Conselho de enfermagem.
“Foi verificado que a maior parte dos setores [do IJF] atua com metade dos técnicos e auxiliares de enfermagem prevista por não ter o hospital reserva técnica para cobrir as ausências”, pontuou o MPCE na recomendação.
Pesquisa, Redação e Edição: Carlos Martins
Da Redação
Fonte: Portal | Diário do Nordeste
Foto: Reprodução//Prefeitura de Fortaleza