Uma pesquisa aponta que cerca de 7 bilhões de metros cúbicos de água tratada foram perdidos no Brasil apenas em 2022
Um levantamento realizado pelo Instituto Trata Brasil a partir de informações do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) revela um cenário preocupante. A quantidade de água tratada desperdiçada no Brasil apenas em 2022 seria suficiente para abastecer a casa de 54 milhões de brasileiros.
Sistema de distribuição não é eficiente
A pesquisa aponta que cerca de 7 bilhões de metros cúbicos, dos cerca de 18,6 bilhões de água tratada produzidos no período, foram perdidos no país em 2022. Isso equivale a sete vezes a capacidade do Sistema Cantareira, que abastece o conjunto de reservatórios do estado de São Paulo.
O estudo ainda destaca que esse volume de água perdida seria capaz de abastecer o Rio Grande do Sul por cinco anos. O RS sofre atualmente com falta de água potável em função dos estragos causados pela maior tragédia climática da história do estado gaúcho.
O levantamento, intitulado “Estudo de Perdas de Água 2024 (SNIS, 2022): Desafios na Eficiência do Saneamento Básico no Brasil”, traz informações sobre a situação do saneamento básico no país em 2022, com base em dados do Sistema Nacional.
Segundo os dados, o Brasil conseguiu reduzir o volume de desperdício, mas ainda mantém níveis altos. De acordo com diretrizes do SNIS, o ideal seria reduzir a perda para 25%. No entanto, o país contabiliza o desperdício de 37,78% de todo volume de água potável antes de chegar às residências.
Os estados brasileiros que mais desperdiçam água
- Os estados do Norte lideram ranking de desperdício de água na distribuição.
- O Amapá tem perda de 71,14%, seguido pelo Acre, com 66,6% e Rondônia, com 59,8%.
- Os menores índices são em Goiás (28,3%), Rio de Janeiro (32%) e Mato Grosso (33,2%).
- Apesar de estarem abaixo do índice de perda nacional, ambos os estados ainda estão acima do ideal estipulado pelo SNIS.
- Os principais motivos do desperdício de água são vazamentos, erros de medição ou consumos irregulares.
- Segundo especialistas, é impossível zerar o desperdício, mas é possível otimizar o processo com a adoção de tecnologias mais avançadas, por exemplo.
Pesquisa, Redação e Edição: Carlos Martins
Por Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital
Fonte: Portal | Olhar Digital
Foto: Reprodução